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09 / 07 / 2020

A exaustão da Mulher Maravilha

Meu post de hoje é direcionado às mães. Especialmente àquelas que além de toda carga diária de tarefas da maternidade, ainda assumiram a responsabilidade de tornarem-se professoras dos seus filhos na pandemia. A carga mental da maternidade já pesada por si só. Não nascemos mães. Não somos seres biologicamente programados (tal qual um robô), para que no momento em que recebamos a criança, se ative um gene que nos torne experts em sono, amamentação, alergia alimentar, febre e tipos de cocô. Quando nasce um filho, nasce uma mãe. Será? Crescemos ouvindo essa frase e somos convencidas de que sempre daremos conta de absolutamente tudo relacionado ao. Se chora, devolve pra mãe. Se está com dor, chama a mãe. Se tem mau comportamento na escola, culpa da mãe. Se está fazendo birra no supermercado, cadê a mãe dessa criança? De uns tempos para cá, as mídias começaram a chamar as mães de Mulher Maravilha. Ou seja, de heroína. É bom lembrar que heroínas são fortes, são especiais. Se machucam, mas no final dão conta de tudo. Se eu sou mãe e a Mulher Maravilha, então eu dou conta de tudo. E quando não dou...me sinto culpada. Todo mundo já ouviu falar do esgotamento mental ligado ao trabalho, a chamada Síndrome de Burtnout. Esse tipo de transtorno mental está ligado à carga de trabalho que a pessoa desempenha. No caso das mães, esse trabalho além de não remunerado, é invisível. O Mommy Burnout, como está sendo nomeado, é o esgotamento mental que as mães vivenciam, causado pelo estresse e pela sobrecarga de tarefas ocasionadas pela maternidade. Quanto mais cobrança pessoal e social em busca da maternidade perfeita, maior a probabilidade de desenvolver sintomas desse quadro, que incluem fadiga, irritabilidade, mudanças bruscas de humo, apatia e irregularidades no sono e alimentação. Não se culpe se nesta semana seu filho comeu macarrão instantâneo. Se ele passou o dia de pijama ou se não fez a tarefa da escola. Você não precisa dar conta de tudo. A Mulher Maravilha da vida real também se cansa. Procure um psicólogo e torne sua maternidade mais leve.

12 / 06 / 2020

Quando o amor machuca, não é amor

Dia dos namorados...as redes sociais são inundadas de imagens de casais sorridentes, muitos destes, orgulhosamente exibindo seus presentes e declarações de amor. Algumas fotos emocionam, algumas declarações deixam em pedaços o coração de quem está sozinho. As datas comemorativas tem esse viés duplo. Se por um lado expõe alegria, de outro cobram caro de quem não se encaixa neste padrão e não tem com quem ou motivos para comemorar a data. Um olhar aguçado pode perceber que nem tudo que se publica é real. Nem todas as relações são sedimentadas com flores e bombons. Algumas relações escondem no seu íntimo uma dor que o verniz da superficialidade não deixa transparecer. Tratam-se dos relacionamentos abusivos. Neste tipo de relacionamento, existe uma relação de poder estabelecida entre os sujeitos. Um dos dois sobrepõe sua força, vontade e poder sobre o outro. Um fala, escolhe e manda. O outro obedece. E sofre. Esse abuso de poder pode se manifestar das mais diversas formas: seja abuso econômico, psicológico, físico ou sexual, A crueldade desse tipo de relacionamento, é que o abuso sempre vem escondido na forma de cuidado. Mas é um 'cuidado' que destrói a autoestima do parceiro. 'Eu te bato porque você precisa aprender a se comportar'. 'Eu fico com seu salário porque você não sabe lidar com dinheiro'. 'Não fale mais com sua família ou amigos porque eles não prestam e não acrescentam nada em sua vida.'. 'Eu sou tudo o que você precisa'. As falas do abusador sempre rebaixam o parceiro à uma condição de inferioridade. E assim, o abusador vai isolando o parceiro do mundo externo. Quanto mais a pessoa se sentir e estiver dependente, mais manipulável ela é. Quanto menos autoestima o parceiro tiver, mais vai se convencer de que merece tudo o que ouve e vivência. Fica cada vez mais difícil de romper com a relação, impossível rebelar-se ou questionar a postura. Sair desse círculo vicioso é extremamente difícil. É comum julgarmos os relacionamentos alheios com frases típicas do senso comum: 'apanha porque gosta', 'está no relacionamento porque quer'... Quando a relação machuca, quando as palavras doem, não estamos mais falando de amor. Peço a você que está lendo esse artigo, fique atenta. Algumas características recorrentes em relacionamentos abusivos são: - Controle sobre o outro (horários, amigos, tarefas) - Controle sobre contas de e-email, celular e redes sociais - Possessividade - Culpar o outro por sua atitude - "Eu lhe bati porque você provocou" - Isolar o parceiro da vida social e dos relacionamentos interpessoais - Agressividade/estupidez em palavras e atos - Chantagem e manipulação do comportamento do outro - Violência física e verbal - Controle financeiro - Discurso de humilhação - 'Você está/é feia, gorda, desleixada'. - Ameaça de morte/lesões Se você está vivenciando essa situação, procure atendimento psicológico. É muito provável que você já tenha ou esteja desenvolvendo algum transtorno mental em virtude desta relação. Sua vida pode e deve melhorar. O amor não deve doer. E você merece ser feliz.

25 / 05 / 2020

Good Vibes Only...será?

Você já ouviu falar na expressão "Positividade Tóxica"? Muito tem se falado sobre relações tóxicas, pessoas tóxicas, palavras tóxicas. Mas essa fala ambígua: Positividade (algo bom) + Tóxica (algo ruim, danoso), causa certa estranheza num primeiro momento. Como algo positivo pode ser ruim? Será que algo positivo pode ser danoso?

06 / 03 / 2019

O arrumador de ossos

Provavelmente os leitores mais jovens estranhem o título desse post.

É possível que não conheçam ou que nunca tenham ouvido falar da profissão de 'arrumador de ossos'.

Trata-se de uma prática muito antiga, comum em cidades pequenas, cujos centros médicos são distantes ou inexistentes.

Os arrumadores de ossos eram (são) pessoas leigas, que possuíam conhecimento prático e do senso comum, sobre como cuidar de machucaduras, lesões, membros quebrados e nervos torcidos.

Um misto de ortopedista, fisioterapeuta e  massagista, essa figura, sempre conhecida e geralmente bem quista na socieda...

14 / 02 / 2019

Como você prefere seus ovos?

Se você conhecer alguém novo, como se apresenta?

Alguém que você nunca viu na vida, com quem nunca conversou.

Provavelmente, você dirá seu nome, sua profissão. Quem sabe diga sua idade, o bairro onde mora. Tudo muito vago e impessoal. Quase que informações de cadastro médico.

Essa pessoa é você? Essas informações ‘frias’ são aquilo que você determina quem você é?

 O que te define? Sua profissão, seu estado civil, o fato de ter ou não filhos?

Quem é você? Pense, reflita...você consegue responder com sinceridade a essa simples pergunta?

Parece algo bem óbvio. Mas preste atenção...

26 / 11 / 2018

Iniciando os trabalhos!

Olá visitante! Inauguro o blog falando falando um pouco sobre o trabalho em Psicoterapia. O termo psicoterapia origina-se do grego e significa psykhē - mente, e therapeuein – curar.